quarta-feira, 17 de outubro de 2012

PAIXÃO PELA ESCRITA



Uma vez me perguntaram se tudo que eu escrevia estava falando de mim. Respondi que não, que a maioria de minhas histórias eram fictícias, mas que, como a maioria dos escritores que conheço, também costumo colocar um pouco de meus sentimentos e pensamentos naquilo que escrevo.

Em um livro de Maitê Proença, “Uma vida inventada”, ela distingue ficção de realidade através da fonte da letra. Tem momentos no livro que ela conta sua própria história de vida e outros momentos em que conta uma história inventada. Numa de suas entrevistas sobre o livro ela confessa que tinha momentos que ela não discernia mais ficção de realidade, os dois haviam se tornado um só.

Grandes poetas da literatura aproveitavam seus sentimentos como grande fonte de inspiração para fazer poesia. Florbela Espanca, por exemplo, teve uma vida triste e sofrida, que se reflete nos seus poemas, poemas esses que ficaram para a história.

A escritora infanto-juvenil Thalita Rebouças, disse uma vez que não há personagem seu que não tenha um pouco dela. Nem que seja uma frase, uma característica física, uma mania, um pensamento, cada um deles é uma parte dela. O que não quer dizer que ela seja capaz de trair sua melhor amiga, assim como fez a personagem Penélope, em um de seus livros.

Os textos mais bonitos que escrevi, fiz com lágrimas nos olhos. Deixando a emoção fluir de mim para o papel, transformando lágrimas em palavras. Relatando fatos ocorridos comigo na visão de um personagem inventado, ou até mesmo em primeira pessoa, sendo eu o narrador da história.

É fato que fazemos melhor aquilo que gostamos ou quando colocamos algum sentimento quando o fazemos. É mais fácil escrever sobre o que entendemos, do que falar sobre o que não sabemos. As autoras que citei anteriormente fazem sucesso porque colocaram emoção naquilo que escreveram. E é isso que mais me encanta na literatura.

Poder escrever por prazer, para desabafar, para se expressar. O importante é ter um motivo para escrever. Ou simplesmente não tê-lo. É ter a liberdade de poder falar sobre o que quiser, ser o que quiser, ou ser apenas si mesmo.

Escrevo porque é minha paixão, e me sinto bem ao fazê-lo. Ouço críticas, opiniões e vivo a vida. E é tudo isso que me ajuda a criar textos e personagens: sou eu, é você, é ficção e realidade.

Um comentário:

Silvio Amaral disse...

excelente texto moça, chega não dar mais preguiça de ler qualquer livro, ou de fazer um, depois de ler o que colocou ai encima.