quinta-feira, 15 de novembro de 2012

PRESÍDIOS BRASILEIROS PARECEM SER DO TEMPO DO IMPÉRIO


A condenação do ex-ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu e José Genoíno, membros da cúpula do PT, pelo STF, Superior Tribunal Federal, indica que estamos vivendo a reconstrução dos modelos de políticas públicas e sociais e a reafirmação dos conceitos e valores sobre democracia, exercício do poder e cidadania.

Um dos efeitos imediatos após a decisão do Superior Tribunal de Justiça, foi à declaração de José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, em um encontro com empresários paulista. Ele afirmou preferir a morte a ter que cumprir uma longa pena no sistema prisional brasileiro. “Se fosse para cumprir muitos anos em alguma das nossas prisões, eu preferia morrer, as condições nos presídios nacionais são medievais”.

A pena imposta aos sentenciados é, sem sombra de dúvida, uma enorme contradição, lembrando do nosso passado político como República Federativa. Alguns dos condenados, habituados aos palácios colossais e ao conforto demasiado, terão que partilhar da mesma estrutura física debilitada das cadeias brasileiras.

Concordo plenamente com o ministro da Justiça quando ele também diz que quem entra em um presídio como pequeno delinquente, muitas vezes sai como membro de uma organização criminosa para praticar grandes crimes. Os companheiros que entrarão no presídio como membros da quadrilha do mensalão, vão sair prontos para chefiar qualquer organização criminosa internacional.

Agora, eu faço uma pergunta. Porque só agora, um ministro da justiça ou qualquer representante oficial do Poder Federal, questionou às condições calamitosas em que vivem os nossos presos? Pelo que eu sei, o Governo Federal é o principal investidor e responsável pelo sistema carcerário, além de zelar pela segurança e bem estar de todos os cidadãos brasileiros.

Em termo de segurança nacional, o Brasil está muito aquém dos países desenvolvidos economicamente e de democracia mais consolidada. A nossa realidade obriga que o governo contribua decisivamente para a humanização dos nossos presídios e para a adoção de medidas concretas.

Se tudo caminha dessa forma, eles, ministro da justiça e Governo Federal em conjunto, têm toda a cota de responsabilidade. Essa realidade, em paralelo com a violência quase epidêmica em quase todas as cidades brasileiras – e que não é de hoje – expõe a característica da revolução permanente  defendida e praticada  por grupos anti-sociais e anti-democráticos que querem domínio praticado pela força. Que bom que já acenaram com a construção de mais 60 unidades carcerárias em todo país.

Hoje, 15 de novembro de 2012, data comemorativa dos 123 anos em que República foi proclamada e a qual teve início a partir de um movimento revoltoso, sem bases sociais, provocado por militares oficiais descontentes com a realidade sociopolítica, não deixe de ser lembrada e comemorada. A desordem e a violência atuais devem servir de alerta aos responsáveis pela segurança do nosso país.

A verdade é que os nossos problemas sociais, só entram em pauta de discussão, a partir do momento em que eles, nossos políticos, também são atingidos. Por isso, é preciso rever o modelo político partidário. Nossos presídios vivem abarrotados, não tem condições minimamente desejáveis de higiene e salubridade. Parece que as cadeias brasileiras são do tempo do Marechal Deodoro da Fonseca. O desrespeito às leis já ultrapassou os limites do razoável.


É preciso reformular o que hoje está deturpado em termos de Democracia e República. Reivindicamos hoje, 123 anos após a queda do império, uma República na essência da palavra. UM GOVERNO DO POVO E FEITO PARA O POVO.




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