quarta-feira, 3 de abril de 2013

MAIS DESCONTROLE, MENOS VIDAS


Basta sair na rua, seja de moto, de carro, de bicicleta, a pé ou de ônibus, para ver o caos no trânsito. Além dos problemas estruturais e da grande quantidade de veículos nas ruas, que geram intensos engarrafamentos, a falta de educação, muitas vezes justificada pelo estresse, tem sido um dos principais problemas enfrentados.

Na última terça-feira (2), mais um caso relacionado à falta de educação no trânsito chocou a sociedade brasileira. Sete pessoas morreram após um ônibus cair de um viaduto no Rio de Janeiro. Segundo testemunhas, momentos antes do acidente, um passageiro teria discutido e agredido o motorista, que perdeu o controle do veículo e acabou despencando do viaduto.

Inicialmente observa-se a falta de educação do condutor do ônibus. De acordo com pessoas que presenciaram o acidente, ele dirigia em alta velocidade, não teria parado em pontos pedidos pelos passageiros e teria agredido verbalmente um dos passageiros. Sem falar que o ônibus que ele dirigia estava com o licenciamento de vistoria do Detran vencido e acumulava 46 multas, incluindo 12 por avanço de sinal e outras 14 por excesso de velocidade.

Depois do motorista não parar por tempo suficiente em um ponto, um passageiro teria se exaltado, pulado a catraca, discutido com o condutor e em seguida lhe dado socos e um chute. O histórico desse passageiro também não era nada bom. De acordo com a polícia, o estudante de engenharia, de apenas 25 anos, é acusado de lesão corporal em outras duas ocasiões.

Sergio Moraes / Reuters
Vários fatores tiveram influência na tragédia, mas o comportamento desses dois protagonistas foi o maior culpado. O delegado que cuida do caso, já pediu a prisão preventiva de motorista e passageiro, que devem responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

Quantas vezes já nos deparamos com motoristas estressados ou com passageiros grosseiros que discutem com os condutores ou cobradores dos ônibus? Quantos de nós já não fomos essas pessoas que, atrasadas para o trabalho ou ansiosas por chegar em casa, brigamos no trânsito? Quantas, nesse momento de estresse, lembram que suas atitudes podem prejudicar a vida das outras pessoas?

O que falta para reduzir a agressividade e a falta de educação é aprender a viver em sociedade. Quando o indivíduo se coloca no lugar do outro, ele reduz as chances de tomar uma atitude que venha a prejudicar não só o próximo, como ele próprio.

Se o motorista tivesse respeitado o pedido do passageiro e parado no ponto, se o estudante tivesse pensado nos outros passageiros e não tivesse agredido o condutor, sete famílias não estariam chorando a perda de entes queridos. E outras dez não estariam dentro de hospitais, aguardando uma boa notícia, enquanto seus parentes se recuperam de seus ferimentos. Quatro delas permanecem em estado grave. E se o comportamento no trânsito não for tratado com a gravidade que ele merece, os números só tendem a aumentar.


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