Era uma vez uma menina, muito,
muito linda. Um belo dia ela resolveu visitar sua amiga que morava do outro
lado da floresta. Quando estava no meio do caminho, ela se perdeu. Andou
desesperadamente em meio às árvores, até que encontrou uma pequena e simples
casa de madeira.
Resolveu pedir ajuda à pessoa que
morava na pequena casa, e antes que pudesse bater na porta, ela se abriu. Com
um susto a menina notou que a porta se abrira sozinha. E sentada numa cadeira,
a metros de distância da porta, encontrava-se uma mulher. Ela era velha, feia,
tinha um nariz grande com uma verruga na ponta. Usava chapéu pontudo e segurava
uma vassoura.
Assustada com a visão daquela
mulher estranha, a menina começou a correr de volta à floresta. Teve medo de que
aquela velha voasse em sua vassoura e a perseguisse, como nas histórias que,
tantas vezes, ouvira sua mãe contar. Por sorte encontrou o caminho que levava à
sua casa e nunca mais voltou para aquele lado da floresta.
Vassouras, caldeirões,
pentagramas, verrugas, gatos pretos. Uma mulher má de chapéu pontudo, vilã em
todos os contos de fada. Personagem de filmes de terror. Voa em sua vassoura e
faz poções e feitiços em seu caldeirão. Tem pacto com o diabo. Bruxaria é
sinônimo de coisa ruim. E o termo bruxa é pejorativo, usado para se referir às
mulheres feias ou más.
Mas para Isabel Vasconcelos,
jornalista e escritora, boas ou más, todas as mulheres são bruxas. Em seu
livro, que leva esse nome, ela defende a idéia de que as bruxas sobrevivem até
hoje e de que é possível notá-las na magia do cotidiano. Intuição e sedução,
são características que, para ela, fazem parte do que é ser uma “bruxa”.
A imagem que Isabel tem das
bruxas é a que mais se aproxima da realidade. Já a imagem que se convencionou a
ter, está relacionada a uma visão da Igreja Católica, que por séculos perseguiu
e queimou na fogueira milhares de mulheres, por acreditarem que essas tinham
pacto com o diabo.
Mas muitos dos sinais que a
Igreja usava para indicar as bruxas no período da Inquisição, assim como a
bruxa em sim, têm origem na cultura celta. O povo celta viveu na Europa antes
de Cristo e cultuava a natureza. Em seus rituais pagãos eles usavam caldeirões,
vassouras e tinham como o pentagrama um símbolo de proteção e que também
representava sua Deusa.
É da cultura celta que se origina
também o Dia das Bruxas. Todos os anos, no dia 31 de Outubro, eles comemoravam
o Samhain, uma espécie de Ano-Novo dos bruxos. As comemorações do calendário
celta estavam sempre relacionadas à colheita e a natureza, e nesse dia eles
celebravam o final do verão e o início de um novo ciclo, com a chegada do
inverno.
Posteriormente esse costume celta
foi levado pelos irlandeses para a América do Norte. Os americanos aderiram
alguns aspectos da data em sua cultura, e hoje o Halloween é uma das datas mais
movimentadas do comércio. Diversas crianças se fantasiam e saem às ruas
propondo “doces ou travessuras”.
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