Nas últimas semanas o planeta vem assistindo incontáveis protestos violentos de muçulmanos contra a veiculação de um filme ofensivo ao profeta Maomé. Parece ser um problema distante, mas o desrespeito à fé alheia é algo comum, muitas vezes praticado sem a intenção de ofender (o que não é o caso do filme).
A intolerância religiosa é antiga, isso porque,
apesar de em sua maioria pregarem coisas boas, o comportamento intolerante de
muitos religiosos é algo antigo. A história prova isso, por exemplo, com o filósofo
Sócrates, condenado a morte na Grécia Antiga por impiedade aos deuses. Na idade
média, muitos morreram queimados por questionarem a Igreja Católica na “Santa”
Inquisição. Vale lembrar ainda da colonização do Brasil, onde os Jesuítas impuseram
sua fé aos índios, como uma das formas de fixar a cultura portuguesa.
Hoje o cristianismo é perseguido em várias partes
do mundo, principalmente nos países de maioria islâmica. No entanto, algumas
igrejas no ocidente, que se dizem cristãs (afinal intolerância não é nada cristão),
tratam de modo hostil pessoas de outras religiões, inclusive do Islã, além de
outras, como as de matriz africana, aqui no Brasil. Vale ressaltar que não
devemos generalizar, aliás, acredito que grande minoria dos islâmicos odeiam os
cristãos e o mesmo com o inverso. A questão é que a intolerância pregada pela minoria causa grandes problemas.
Por falar em generalizações, encontramos nesse
ponto diversos casos de desrespeito à fé alheia. Frases do senso-comum como
“todo pastor é ladrão”, são carregadas de PRÉ-conceito. Sim, é verdade que hoje
no meio evangélico existem diversas pessoas mal intencionadas, mas criou-se uma
visão distorcida de quem também tem um grande papel social e que não é
reconhecido. É preciso bom senso, saber criticar com respeito, sem generalizar.
Perdemos muito com essa conversa de que “religião não se discute”. Seria interessantíssimo,
por exemplo, um debate de alto nível sobre o papel da religião em algumas áreas
da sociedade onde sua influência é questionável, como a política e imprensa.
É importante saber
ouvir quem tem outra fé, conhecer um pouco do outro, mesmo que seja para
discordar, mas que seja com algum embasamento. As pessoas estão se prendendo
tanto em suas religiões, que deixam de compartilhar sua fé, só para não ter
contato com a do outro. Pessoalmente, todas as vezes que li ou assisti coisas
sobre outras religiões, só fortaleci a minha. Não entendo as pessoas temerem
tanto o conhecimento. Lembra-me a inquisição.
As religiões pregam a paz, tem um papel impar
para a sociedade, melhoram a vida das pessoas, mas porque não buscam dar o
exemplo quando tem seus ideais questionados e suas convicções agredidas? Porque
não respeitar para ser respeitado? Amar ao próximo inclui aquele que não tem
sua fé, que questiona e que a ofende. Apesar de não ser católico, encontro a
melhor definição do que deve ser a tolerância religiosa na Oração de São
Francisco de Assis, onde se busca levar o perdão onde houver ofensa e
compreender para ser compreendido.
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