Levante a mão quem nunca pensou em desistir da vida
para se livrar de uma sensação dolorosa ou de um momento de impotência extrema.
É muito comum ao ser humano experimentar, ainda que uma única vez, um momento
de profunda angústia e de enorme falta de esperança. Porém, aos poucos, os
sentimentos e as idéias se reorganizam, a rotina volta a ter sentido e a
confiança é restituída à forma exata. Você descobre uma saída, procura apoio em
quem lhe oferece abrigo, encontra compreensão. O desejo auto-destrutivo, a
vontade de resolver todos os problemas do cotidiano desistindo da vida, se
dissolve.
Muitos, no entanto, não conseguem encontrar uma
alternativa, uma resposta para os desafios que lhe assolam. O suicídio, para
esses, parece ser a solução mais viável, abdicando de uma vida aparentemente
sem sentido, de um tempo presente pesado demais ou um futuro pouco promissor. E
eles se matam.
E pra ajudar essas pessoas, o CVV, Centro de
Valorização da Vida, uma das organizações não-governamentais mais antigas do
Brasil, foi criado em 1962 por um grupo de jovens voluntários de São Paulo. O
grupo percebeu a necessidade de ajudar pessoas em momentos de crise emocional.
Eles “abriram” uma linha telefônica para isso,
garantindo o anonimato integral e total sigilo sobre tudo que era conversado.
Sua atuação baseia-se essencialmente no trabalho voluntário de milhares de
pessoas distribuídas por todas as regiões do Brasil.
Com a visão de uma sociedade benevolente, fraterna
e solidária, a missão fundamental do atendimento é a valorização da vida
atrelada à plenitude, confiança na tendência construtiva da vida humana,
contribuindo para a prevenção do desejo de suicídio.
A principal iniciativa é o programa de apoio
emocional realizado principalmente pelo telefone, mas também por chat, e-mail,
voip, correspondência ou até mesmo pessoalmente, nos postos do CVV espalhados
por todo o país. Trata-se de um serviço sem custos, oferecido por voluntários que
se colocam disponíveis diuturnamente a quem precisa muitas vezes apenas de uma conversa
amistosa.
O suicídio é considerado pelo Ministério da Saúde
como um problema de saúde pública, tirando a vida de uma pessoa por hora no
Brasil, mesmo período no qual outras três tentaram se matar sem sucesso. Já a Organização
Mundial de Saúde (OMS), informa que cerca de 3.000 pessoas por dia cometem
suicídio no mundo, o que significa que a cada 30 segundos uma pessoa se mata.
No topo da lista dos motivos que fazem as pessoas
tirarem a própria vida, é a tentativa de se livrarem de uma situação de extrema
aflição, para a qual acham que não há solução, resultado principalmente do
isolamento, por isso o CVV assumiu como tarefa desde a sua criação, além do
estudo do suicídio, o estimulo a conversa, ao diálogo, a troca de informações e
sentimentos entre as pessoas, essa é uma das formas eficazes de se promover a
prevenção desse mal.
Não é de hoje que conviver é uma necessidade do ser
humano, foi a partir da convivência que desenvolveu-se a escrita e as
sociedades. Com o passar do tempo e o desenvolvimento tecnológico,
sofisticou-se ainda mais a convivência, hoje nas redes sociais vemos pessoas
com milhares de amigos, inúmeros fãs, depoimentos, seguidores, tudo numa grande
curtição e de repente percebemos que essa convivência pode não ser real, afinal
estamos falando com aparelhos e cada vez mais estamos sozinhos num mundo de ilusões
e ansiedade.
O CVV existe para resgatar o caminho da convivência
e a palavra que resume isso é conversar, ou seja, saber ouvir e poder falar. Se
você está cansado de esperar o e-mail, depoimento, seguidores, talvez seja
porque você só queira conversar, então procure-os, porque eles estão prontos
para falar com você, onde e quando você quiser através do 141, número de
contato, o CVV será um ouvido amigo pra te escutar.
2 comentários:
As pessoas precisam de uma sociedade menos materialista e mais humanitária. Dessa forma, boa parte dos suicídios já poderão ser evitados.
Boa divulgação Vinicius! Precisamos fomentar e parabenizar boas ações como essas do CVV.
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