quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O OUTRO LADO DO FEMINISMO


Cansadas de viver a mesma rotina de cozinhar, lavar, limpar e tomar conta dos filhos, sem poder contribuir de forma objetiva para os avanços sócio-econômicos e culturais da sociedade, as mulheres se rebelaram contra as condições impostas pela sociedade e pela igreja durante gerações. Com isso uniram-se e fundaram o movimento feminista que reivindicava uma democracia parcial, dando-lhes condições ao divórcio, trabalho, educação e principalmente ao voto. A liberação sexual e a entrada no mercado industrial também faziam parte das reclamações.

Mesmo buscando defender a igualdade de direitos entre homens e mulheres em todos os campos, que é lícito e muito justo, o movimento feminista não é só feito de acertos.

Começou prometendo liberdade integral das algemas que mantinham as mulheres aprisionadas ao fogão e indicava que as mulheres deveriam sair de casa para trabalhar, mas hoje cerca de 53% dessas mulheres do mundo ocidental trabalham fora de casa – mesmo quando não querem. Na Grã-Bretanha, por exemplo, duas em cada cinco famílias são chefiadas por uma mulher sozinha que em geral desempenha os papéis de mãe e pai. Elas agora sofrem de estresse e depressão, exatamente como sempre aconteceu com os homens.
As mulheres de hoje estão superatarefadas, estressadas e cada vez mais sozinhas. Estima-se que 25,3% de todas as mulheres do Ocidente serão solteiras estáveis até o final da década, criou-se na mulher um conceito de auto-suficiência, reforçando o pensamento de que a mulher não precisa do homem para nada. Não digam as mulheres que não há problema algum em viver sozinha, por que não é verdade, ninguém nasceu pra viver sozinho, trata-se de uma situação híbrida, em total desacordo com as necessidades humanas e biológicas.

Quero deixar claro que não estou corroborando a ideia de que as mulheres não devem trabalhar, que devem em totalidade retroceder e viver enclausuradas dentro de casa, que são obrigadas a se casarem ou até que o feminismo é a dissolução das famílias e à degradação das mulheres.

O que eu quero dizer é que o feminismo não é perfeito, muito pelo contrário, é falho em alguns pontos. Tornou-se uma ditadura, principalmente a partir da idéia de que por muito tempo, o movimento reivindicou a aprovação dos direitos da mulher, exceto se esse direito for o direito de uma mulher não ser feminista. Conclui-se que assumir uma posição contrária à classe é falar contra as companheiras.

O movimento forçado de saída da mulher do lar para o trabalho chamado de libertação, é de forma subjetiva, um estrangulamento da liberdade de escolha, houve um menosprezo pelas mulheres que desejam ser mãe e dona de casa. A prova disso é que, mais de uma geração de profissionais em todo o mundo tem optado em deixar o sonho da maternidade para mais tarde por diversos motivos e, quando finalmente decidem ter os seus tão sonhados filhos, já é tarde demais, ou por não conseguirem encontrar o parceiro ideal ou por diversos problemas de fertilidade. O feminismo não foi muito honesto com as mulheres, deveria ficar bem claro que em muitos casos, não tem como realizar-se profissionalmente e ainda ter tempo de uma gestação saudável, tendo a mulher muito mais idade que o ideal para ser mãe.
 
Sem contar que os diferentes comportamentos entre os gêneros foram desconsiderados, muitos grupos dentro do movimento passaram a acreditar que homens e mulheres eram iguais, pesquisas científicas feitas nos Estados Unidos no fim de 2010, fundamentadas pelas novas técnicas de ressonância magnética do cérebro, ratificam essas programações diferentes.

Outros pontos a serem lembrados é que em momentos diversos, a ideologia do feminismo incentiva a guerra entre os sexos, lembrando que essa é uma atitude muito perigosa, podendo terminar em briga com os homens. E os princípios vagos sobre independência, fazendo com que muitas mulheres se percam quanto à educação referente à liberdade sexual.

O Feminismo assim como muitos outros antigos debates, é amplamente discutível e está sempre em transformação, porque trata de pessoas. As pessoas mudam o tempo todo, o mesmo deve acontecer com os movimentos que pretendem contribuir para a melhoria da vida dessas pessoas. A marcha feminista deve principalmente encorajar escolhas e ser aberto a decisões individuais .

5 comentários:

Anônimo disse...

Falou do movimento feminista com propriedade, texto muito bem escrito. Parabéns Vinicius Galiza!

Unknown disse...

Bom aspecto observado: a ditadura do movimento, o ser feminista só para ser contrária aos homens,estimulando a guerra dos sexos. Acredito que todo movimento pode ser válido desde que possua também limites,não pode se perder o foco sobre o que se luta,não se pode exagerar e perder de vista o motivo do movimento e generalizar demais.Excelente texto, como sempre, Vinicius,parabéns!

Ju disse...

Achei o texto um dos mais educados e racionais entre os que criticam o feminismo na internet. Mesmo assim, algumas coisas me incomodaram.
Antes de mais nada,gostaria de esclarecer sobre as origens do feminismo, porque é das origens que a gente entende o presente.
Bom, durante a Segunda Guerra Mundial muitos homens foram mandados em bora de seus países deixando a indústria sem mão de obra. O dinheiro é extremamente necessário em uma guerra então quem poderia produzi-lo? As mulheres. À partir daí, nada mais foi o mesmo.Uma vez fora de suas casas, realizando funções que antes eram apenas dos homens a lógica mais clara era de que deveriam ter os mesmos direitos. Assim foram fundadas as raízes do feminismo. Ele foi muito mais uma consequência do que uma simples vontade.
O segundo ponto é sobre as diferenças biológicas entre homens e mulheres. É óbvio que existem e que devem ser consideradas e o feminismo não é contra isso, nunca foi. Mas as semelhanças são muito maiores que as diferenças. A prova? Todas características genéticas que fazem nós sermos quem somos são determinadas pelo DNA, organizado em cada uma das nossas células em 24 pares de cromossomos. É apenas no último deles que se encontra toda a diferenciação entre os dois sexos. Somos muito mais iguais que diferentes, então como tão pouca diferença pode justificar a igualdade como utopia?
Por último, como o próprio Vinícius diz, movimentos mudam com as pessoas. O feminismo, ao contrário do que se pensa, já mudou muito. Hoje, com tantos direitos já conquistados ele deixa de ter caráter jurídico e ganha um foco social. A luta não é mais tanto para o direito de trabalhar, votar ou estudar. O feminismo luta hoje muito mais pelo direito de se sair num dia quente de saia sem ter que ouvir buzinadas, ou sofrer assédio no metrô, de estar num evento social sem ter que ouvir insinuações desagradáveis vinda de homens, de estar acima do peso sem ser olhada ridicularizada, de poder escolher o caminho que te leva mais rápido à sua casa e não o que oferece menos riscos de ser estuprada.

Anônimo disse...

Sobre o DNA, a simples constatação de argumento falho é a seguinte, imagine dois grupos compostos exclusivamente por homens, um dos grupos apresentou disciplina e propensão para desempenhar funções de líder religioso, os clérigos, e outro desenvolveu disciplina e propensão para desempenhar funções de guerreiro, os militares, os soldados, os policiais. Observa-se que possuindo os mesmos pares de cromossomos inclusive no seu ultimo par, são distintas suas características profissionais, não estou dizendo que mulheres não podem ser freiras ou soldados estou dizendo apenas que esse argumento sobre o DNA é inválido. Outra questão seria sobre o assédio, conforme vejo nos dias de hoje, as mulheres são as reais incitadoras da opinião masculina, postando fotos com poucas roupas no face e escrevendo em baixo letras de musicas que fazem apologia ao corpo, ao sexo, e a violência seja ela pura ou seja ela contra a própria mulher. E grande parte dos protestos é voltado contra os Homens, conceituando-os com diversos rótulos quase sempre ofendem ao gênero como um todo, é como se elas desejassem o direito de serem "vadias" mas renegam o direito do homem ser "cafajeste", os direitos não são iguais? não. Se uma mulher gosta de fazer sexo com vários homens é um direito dela, se ela vai ser excluída da opção de mulher para se casar e gerar filhos mais tarde por algum homem isso é apenas uma consequência de suas atitudes, bem como um homem que nada quis de trabalho e quis apenas "curtição, festas, mulheres" e mais tarde resolve buscar alguém para casar e ele é rejeitado por alguma mulher ele também nada mais está tendo que a consequência de seus atos.

Anônimo disse...

o outro lado do feminismo é? olha esse texto aqui:

http://diganaoaoesquerdismo.blogspot.com.br/2014/01/o-outro-lado-do-feminismo.html


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