quinta-feira, 23 de maio de 2013

REPÚDIO AO CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA


No dia 7 de maio de 2013, o governo brasileiro, através do ministro da saúde, Alexandre Padilha, anunciou que estudava alternativas para suprir a escassez de profissionais médicos nas regiões mais carentes do País e analisava a possibilidade de um intercâmbio, onde seriam importados médicos de Portugal, Espanha, Irã e Cuba. 

Em imediato, o Conselho Federal de Medicina (CFM) repreendeu a proposta, divulgando uma nota em repúdio ao acordo que previa a vinda de 6 mil médicos, principalmente os cubanos, e entrou com uma representação na Procuradoria-Geral da República contra a medida. A Instituição resiste à contratação de médicos estrangeiros e de brasileiros com diplomas de medicina obtidos fora do país sem revalidação, além de criticar qualquer informação que leve a população brasileira acreditar que a desordem alojada na saúde pública seja responsabilidade integral dos profissionais médicos.

Depois de tanta rejeição, o governo brasileiro recuou a proposta e alegou descartar a importação de médicos do Irã e de Cuba, afirmando que esses profissionais não têm o tempo de formação necessária reconhecido no seu próprio de origem. É bom ressaltar que apenas a formação em uma Instituição Educacional não garante o exercício da profissão médica, é necessária a especialização e a residência médica. Sendo assim, a prioridade do governo brasileiro serão os médicos vindos de Portugal e da Espanha. 

O principal motivo do protesto do Conselho Federal de Medicina, dos médicos de forma individual e de parte da imprensa foi uma hipotética validação imediata dos diplomas dos médicos cubanos. Eu não sou partidarista, mas a verdade tem que ser dita, desde o início desse debate, em nenhum momento isso foi declarado por qualquer membro do governo. Muito pelo contrário, o próprio ministro da saúde, Alexandre Padilha e o Itamaraty concordaram que a contratação de médicos estrangeiros deve seguir critérios de qualidade e responsabilidade profissional comprovada. O governo não proclamou que traria médicos cubanos de maneira indiscriminada para o país como tem sido noticiado. Essa é uma publicação injusta e ilícita.

Continuo questionando as críticas, porque a cobrança pela revalidação dos diplomas é apenas para os médicos de Cuba? Li por mais de um colunista, blogs e periódicos que Portugal já importa médicos cubanos desde 2009, lá, assim como aqui no Brasil, os médicos torcem o nariz quando são convocados a trabalharem nas áreas mais carentes, distantes dos centros urbanos.

Os cubanos chegaram bem estimulados ao país europeu, preencheram os requisitos básicos e foram bem avaliados nas provas aplicadas antes de ingressarem no país.

Diferente do Brasil, os portugueses aprovaram o auxílio dos cubanos, e em 2012, no final do contrato, sob apelo popular, o governo português renovou a parceria com amplo apoio, principalmente dos pacientes. Em resumo, um dos países com melhores resultados na área de saúde pública do mundo importa médicos cubanos e a população aprova o trabalho feito.

É bom lembrar que Cuba exporta médicos para mais de 70 países, o país tem eficiência comprovada na área de medicina, farmácia e biotecnologia. Os profissionais da ilha caribenha fazem medicina preventiva em massa e de qualidade.

Com recursos inferiores, a medicina de Cuba traz muito mais resultados que a nossa medicina. Eu considero muita ignorância e prepotência afirmar que os médicos cubanos não estão preparados para realizar medicina básica no Brasil. Repetindo, com muito menos recursos financeiros e tecnológicos, a medicina de lá tem índices de saúde bem melhores que a do Brasil e semelhantes a dos Estados Unidos.

Eu lamento profundamente por quem faz parte da classe média e é influenciado pelos meios de comunicação voltados para a classe alta, que até chamaram os profissionais cubanos de espiões comunistas. O Conselho Federal de Medicina prefere criticar e difamar a contratação de médicos estrangeiros do que atender, de acordo com a necessidade,  a população que clama por ajuda nos lugares mais distantes desse país.

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