“Vocês acham que eu preciso fazer uma
plástica no nariz?”. Foi com esse questionamento que o ator Frank Menezes
começou seu monólogo. De acordo com o dicionário, “monólogo” é um espetáculo ou
cena em que uma personagem teatral está sozinha e fala consigo mesma.
Popularmente, esse termo é utilizado para referir-se a diálogos chatos e
cansativos. Mas não existe nada de chato, muito menos cansativo, no monólogo de
Frank.
Com roteiro de Cláudio Simões e Djaman
Barbosa, além da direção do conhecido diretor teatral Fernando Guerreiro, a
peça “O Indignado” é um monólogo que já foi assistido por mais de 160 mil
espectadores. E muitos daqueles que já assistiram à peça, voltaram para
assistir novamente, levando amigos e familiares.
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Foto: Carla Franco |
O motivo para tanto sucesso
é, principalmente, um texto que gera identificação imediata no público. Afinal,
quem é que não vive indignado com o trânsito, com os funcionários públicos, com
a obsessão das pessoas pela juventude e beleza ou com o estado de conservação
da cidade? Esses são apenas alguns dos temas abordados pela peça e que ganham
um aspecto especial graças à interpretação indignada de Frank Menezes. “Motivo
para você se indignar não falta, né?”, comentou Frank, em uma visita feita ao
seu camarim.
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Foto: Carla Franco |
O talento de Frank é
motivo de orgulho para toda a Bahia. Comemorando 30 anos de carreira, os
últimos trabalhos do ator na TV foram na novela “Gabriela”, como o padre
Cecílio, e na microssérie “O Canto da Sereia”, como Juarez. Ele também já atuou
em peças de sucesso como “A Bofetada” e “Vixe Maria! Deus e o Diabo na Bahia”,
na qual ele trabalhou junto com o diretor Fernando Guerreiro. “A gente tem um
humor muito parecido. Então, como a gente queria uma linha mestra para poder
improvisar em cima, foi muito fácil”, disse Frank, referindo-se ao trabalho
realizado em “O Indignado”. E apesar de algumas interrupções por causa do seu
trabalho na TV, ele está em cartaz com “O Indignado” desde 2008.
Essa é a última temporada
da peça, que fica em cartaz, até 21 de julho, no Teatro Acbeu, Corredor da
Vitória, sempre aos sábados e domingos, às 20h. Os ingressos custam entre R$40
(inteira) e R$20 (meia), e podem ser adquiridos no local.
O que me deixa indignada
é que mesmo com um preço tão razoável, um texto e direção tão bons e uma
interpretação espetacular, muitas pessoas ainda vão perder a última temporada
dessa peça. Algumas ainda reclamarão, indignadas, dizendo que Salvador é uma
cidade muito fraca no aspecto cultural e que nunca tem nada de interessante
para fazer na cidade. Esse é um discurso chato e cansativo, muito diferente do
monólogo indignado de Frank Menezes, que deixa o maxilar dolorido de tanto rir.
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