Sentadas
em uma mesa da praça de alimentação da faculdade, três alunas conversam sobre
seu futuro profissional. Com humor, mas também com preocupação, elas comentam
sobre a dificuldade que terão em equilibrar sua realização profissional com a
estabilidade financeira. Para elas, essa é uma guerra que se aproxima cada vez
mais, à medida que vão concluindo seu curso.
De acordo com uma
pesquisa realizada pelo Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), 39,35% dos jovens
buscam “sucesso e reconhecimento” ao ingressarem no mercado de trabalho. Em
segundo lugar vem a “estabilidade profissional”, com 22,67%. Na pesquisa, a
Nube perguntou à quase cinco mil internautas o que seria mais importante em
suas carreiras. Em último lugar ficou a opção “bom salário e benefícios”, com
apenas 9,5%.
Para Renato
Bernhoeft, colunista da revista Valor Econômico, “as empresas deverão rever
seus modelos de carreira, estímulos, hierarquia e retenção de talentos”. Mas os
jovens também terão que repensar suas alternativas de carreira.
Os que visam à
estabilidade profissional e bom salário devem investir no setor de serviços e
construção civil, que têm apresentado um aumento na oferta de empregos formais
(com carteira assinada). O setor industrial também se inclui neste aumento. E é
por esse motivo que tem crescido o número de trabalhadores formados em ensino
técnico. A educação profissional teve um crescimento de 75% no Brasil, entre os
anos de 2002 e 2010, de acordo com uma pesquisa feita pela Itaú Social. Esse
aumento está relacionado ao número de ofertas e ao salário desses
profissionais, que recebem um retorno financeiro mais rapidamente do que em
outras áreas.
No Brasil, o
Ministério do Trabalho e Emprego informou que foram gerados 1,3 milhão de
empregos formais em 2012. O dado, baseado no Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged), afirma que houve um aumento de 3,43%, comparado a 2011.
Entretanto,
segundo um estudo divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT),
“a taxa de desemprego entre os jovens vai piorar globalmente por causa do
contágio da crise do euro para as economias emergentes.” Nas projeções, a taxa
de desemprego dos jovens pode atingir 12,9% até 2017.
Em meio aos
números atuais e as previsões para o futuro, uma das poucas conclusões que a
três estudantes conseguem tirar é que o mercado de trabalho é flutuante e
sempre mutável. É por isso que é importante elas terem a mente aberta para as novas
possibilidades. Alguns trabalhos podem desaparecer, enquanto outros, que elas
nem imaginam, vão surgir.
Atualmente
trabalhos relacionados à engenharia de mobilidade, gestão de mídias sociais,
entre outros, já estão ganhando cada vez mais espaço no mercado e correspondem
a áreas que não tinham sido previstas há 20 anos atrás.
As estudantes
encerram sua conversa sobre o futuro profissional e despedem-se. Ainda estão
preocupadas sobre como vão conquistar o equilíbrio nas suas carreiras. Mas de
uma coisa elas tem certeza: trabalho nunca vai faltar.
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