No
dia 7 de maio de 2013, o governo brasileiro, através do ministro da saúde,
Alexandre Padilha, anunciou que estudava alternativas para suprir a escassez de
profissionais médicos nas regiões mais carentes do País e analisava a
possibilidade de um intercâmbio, onde seriam importados médicos de Portugal,
Espanha, Irã e Cuba.
Em
imediato, o Conselho Federal de Medicina (CFM) repreendeu a proposta,
divulgando uma nota em repúdio ao acordo que previa a vinda de 6 mil médicos,
principalmente os cubanos, e entrou com uma representação na Procuradoria-Geral
da República contra a medida. A Instituição resiste à contratação de médicos
estrangeiros e de brasileiros com diplomas de medicina obtidos fora do país sem
revalidação, além de criticar qualquer informação que leve a população
brasileira acreditar que a desordem alojada na saúde pública seja
responsabilidade integral dos profissionais médicos.
Depois
de tanta rejeição, o governo brasileiro recuou a proposta e alegou descartar a
importação de médicos do Irã e de Cuba, afirmando que esses profissionais não
têm o tempo de formação necessária reconhecido no seu próprio de origem. É bom
ressaltar que apenas a formação em uma Instituição Educacional não garante o
exercício da profissão médica, é necessária a especialização e a residência
médica. Sendo assim, a prioridade do governo brasileiro serão os médicos vindos
de Portugal e da Espanha.
O
principal motivo do protesto do Conselho Federal de Medicina, dos médicos de
forma individual e de parte da imprensa foi uma hipotética validação imediata
dos diplomas dos médicos cubanos. Eu não sou partidarista, mas a verdade tem
que ser dita, desde o início desse debate, em nenhum momento isso foi declarado
por qualquer membro do governo. Muito pelo contrário, o próprio ministro da
saúde, Alexandre Padilha e o Itamaraty concordaram que a contratação de médicos
estrangeiros deve seguir critérios de qualidade e responsabilidade profissional
comprovada. O governo não proclamou que traria médicos cubanos de maneira
indiscriminada para o país como tem sido noticiado. Essa é uma publicação
injusta e ilícita.
Continuo
questionando as críticas, porque a cobrança pela revalidação dos diplomas é
apenas para os médicos de Cuba? Li por mais de um colunista, blogs e periódicos
que Portugal já importa médicos cubanos desde 2009, lá, assim como aqui no
Brasil, os médicos torcem o nariz quando são convocados a trabalharem nas áreas
mais carentes, distantes dos centros urbanos.
Os
cubanos chegaram bem estimulados ao país europeu, preencheram os requisitos
básicos e foram bem avaliados nas provas aplicadas antes de ingressarem no
país.
Diferente
do Brasil, os portugueses aprovaram o auxílio dos cubanos, e em 2012, no final
do contrato, sob apelo popular, o governo português renovou a parceria com
amplo apoio, principalmente dos pacientes. Em resumo, um dos países com
melhores resultados na área de saúde pública do mundo importa médicos cubanos e
a população aprova o trabalho feito.
É bom
lembrar que Cuba exporta médicos para mais de 70 países, o país tem eficiência
comprovada na área de medicina, farmácia e biotecnologia. Os profissionais da
ilha caribenha fazem medicina preventiva em massa e de qualidade.
Com
recursos inferiores, a medicina de Cuba traz muito mais resultados que a nossa
medicina. Eu considero muita ignorância e prepotência afirmar que os médicos
cubanos não estão preparados para realizar medicina básica no Brasil.
Repetindo, com muito menos recursos financeiros e tecnológicos, a medicina de
lá tem índices de saúde bem melhores que a do Brasil e semelhantes a dos
Estados Unidos.
Eu
lamento profundamente por quem faz parte da classe média e é influenciado pelos
meios de comunicação voltados para a classe alta, que até chamaram os profissionais
cubanos de espiões comunistas. O Conselho Federal de Medicina prefere criticar
e difamar a contratação de médicos estrangeiros do que atender, de acordo com a necessidade, a população que
clama por ajuda nos lugares mais distantes desse país.
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