O internauta observa os seus
amigos nas redes sociais e clica no perfil daquele que acha mais atraente, com
quem tem vontade de ter uma relação sexual. Um e-mail é enviado para esse
“amigo” contendo a proposta e os dois usuários decidem em seguida se vão
prosseguir ou não com o “assunto”.
É assim que funciona o Bang With
Friends (“faça sexo com seus amigos”, em português), um aplicativo criado
exclusivamente para o Facebook e que incentiva os usuários a escolher parceiros
com quem desejam ter relações sexuais. De acordo com o site da revista Veja,
mais de 370 mil pessoas já aderiram ao serviço, que está há menos de duas
semanas no ar.
Esse aplicativo é um exemplo
claro de que as pessoas não estão fazendo bom uso da tecnologia, nem do seu
próprio corpo. A faixa etária dos usuários desse aplicativo também é
preocupante, em geral são adolescentes, quase crianças, no início da sua vida
sexual, que ainda não definiram sua personalidade e seus valores.
As décadas de 60 e 70 foram
marcadas, principalmente, pela revolução sexual. Esse período trouxe reflexões
que modificaram certos padrões da sociedade. A popularização dos métodos
contraceptivos e as mudanças de pensamento que permitiram uma maior aceitação
das relações diferentes das tradicionais (heterossexuais ou apenas entre
pessoas casadas) possibilitaram uma maior liberdade sexual.
De fato, é importante que agora
as pessoas tenham se tornado um pouco mais conscientes do próprio corpo e
tenham a oportunidade de falar mais abertamente sobre os assuntos relacionados
ao tema. Infelizmente não está havendo um equilíbrio entre a liberdade sexual e
a banalização do sexo.
Mais do que educação sexual,
voltada para os métodos contraceptivos e conhecimento sobre o corpo, o jovem de
hoje precisa aprender a respeitar o próprio corpo e a resgatar valores que
preservem sua intimidade.
Outra modalidade preocupante
relacionada ao sexo e à tecnologia é o sexting.
Segundo a revista Veja, a palavra, que já entrou para o dicionário Oxford da
língua inglesa, faz a junção de outras duas palavras: “sex”, sexo, e “texting”,
que se refere à troca de mensagens de texto via celular. E de acordo com uma
pesquisa publicada nos Estados Unidos, nesta semana, quase 30% dos adolescentes
americanos já praticaram a troca de mensagens de texto contendo fotos em que
aparecem nus, denominada sexting.
Números como esse preocupam
porque refletem uma geração que tem perdido os seus valores e pouco se importam
com as consequências dos seus atos. Uma geração cada vez mais precoce, que vem
construindo relações desestruturadas, e que, infelizmente, são o futuro da
nossa sociedade.
Não é necessário que haja um
retrocesso de valores, em que as pessoas voltem a pensar como antigamente, e
tratem tudo como se fosse errado ou absurdo. Mas é preciso encontrar um
equilíbrio entre essa liberdade arduamente conquistada e à falta de respeito
com relação aos outros e a si próprio, que tem sido incentivada pela mídia e
tecnologia, mas que é reflexo de uma sociedade que precisa novamente rever seus
valores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário