No início do segundo semestre
desse ano, o governo deu uma sacolejada nas empresas de telefonia celular, por
causa do péssimo serviço prestado aos seus clientes, as operadoras ficaram
proibidas de fazer vender para novos clientes, por alguns dias. Até agora não
vi lá tanto resultado assim, mas pelo menos a TIM, Oi e Claro passaram a ficar
mais espertas e foi bom para elas verem que a farra dos bois no Brasil está
acabando aos poucos. Pois bem, o próximo alvo do governo deveria ser as
empresas de planos de saúde.
Desde a semana passada estou
sentido umas dores no ouvido. Fui ao otorrino, ele me receitou um medicamento
por três dias e me mandou voltar lá nesta segunda ou terça-feira para ele fazer
o procedimento médico. Um procedimento simples, segundo ele e o recepcionista.
Ainda não sei de quem é a culpa, mas voltei no hospital ontem e hoje, mas não
consegui concluir o tratamento. No primeiro dia, me disseram que precisava de
uma autorização do plano, mas que não poderia fazer naquele dia, pois o meu
plano não funciona dia de segunda-feira e disse que eu voltasse lá no dia
seguinte que eles conseguiriam a autorização.
Segundo o recepcionista, o
procedimento é simples e não muito caro. Perguntei o preço, pois se fosse realmente
barato, eu estava disposto a pagar para me livrar da dor. Só que custa quase
100 reais e não achei justo pagar. Se fosse coisa de 20, 30 reais abriria a
carteira na mesma hora. Deixei o hospital xingando meu plano de saúde todo e
querendo jogar uma bomba quando o presidente estivesse lá dentro.
Quando chego em casa, relato o
caso para meus pais que falaram. “Eles te enrolaram. O plano de saúde só
funciona segunda, quarta e sexta. Amanhã é que eles não funcionam”, me dando
uma notícia acalentadora.
Passei mais uma noite tendo que
dormir com o ouvido doendo, só podendo deitar em uma posição. Hoje levantei mal
humorado, mas contando as horas para voltar ao hospital realizar o procedimento
e acabar com esse grande incômodo. Ledo engano. Cheguei ao hospital entreguei
minha documentação e a requisição do procedimento. Novamente, o entrave da
autorização frustrou o meu sonho de não sentir mais dor. Dessa vez, se eu
insistisse em conseguir a autorização, só poderia marcar o procedimento para
sexta-feira. Ótima notícia não?
No país como o Brasil, em que pagamos
duas vezes pela saúde e mesmo assim não temos acesso a ela, feliz é aquele que
tem médico na família. E se a sua família não tem, trate arranjar um par que
seja. Minha namorada é médica, assim como a família dela, inclusive meu sogro é
otorrino. Ela falou com o pai dela, que me disse que eu só precisaria comprar
uma seringa de 20 ml que ele fazia o procedimento.
No meu caso, é uma simples dor de
ouvido, provocado pelo excesso de cera, sujeira. Imagine se a vida de uma
pessoa dependesse de uma autorização? Será que quando o plano de saúde
autorizasse o procedimento, ela ainda estaria viva?
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