segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

GOVERNO CHÁVEZ: DITADURA?


 
Hugo Chávez ocupa o cargo de presidente da Venezuela desde 1999, e foi eleito no ano passado para mais um mandato de cinco anos, que termina em 2019, ou seja, caso ele se recupere e tome posse, serão vinte anos no poder se reelegendo a cada cinco anos. Suas reeleições são um sinal que, em sua soberania, o povo venezuelano assim preferiu, o que sinaliza que existem melhorias no país suficientes para que ele permaneça. 

Porém apesar de ter algumas realizações e ser democraticamente escolhido, o governo Chávez tem atitudes típicas das piores ditaduras. Todas as esferas do poder da Venezuela, como no judiciário, por exemplo, são comandadas por seus aliados. Os canais de TV que não lhe agradam são extintos, enquanto suas aparições são constantes nas emissoras do governo.

As mais recentes atitudes ditatoriais da democracia venezuelana estão relacionadas ao estado de saúde de Hugo Chávez, que deveria ter tomado posse do novo mandato na última quinta-feira, 10. Essas ações podem ser notadas, por exemplo, no fato de Hugo ter dito estar curado do câncer durante as eleições e também na escolha do país que ele foi tratar o câncer, Cuba, onde as informações sobre seu estado de saúde, em caso de piora, podem ser - estão sendo - abafadas.

Diante da dúvida criada na população, Nicolas Maduro, nomeado vice-presidente no mandato passado está ocupando o cargo de presidente de forma inconstitucional, isto por que o presidente é eleito sozinho e apenas quando acha necessário nomeia um vice. Segundo a constituição do país, o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello (que inclusive é partidário de Chávez), deveria assumir a presidência e convocar novas eleições para um prazo de trinta dias. Nessa situação, Hugo Chávez não seria candidato novamente e Maduro provavelmente ficaria com a candidatura. Na existência de um judiciário chavista, o descumprimento a constituição foi aceito.

Pode surgir o seguinte questionamento: Se Chávez foi eleito pelo povo, apesar de não ser o aceito pela constituição, a atitude de bom senso e respeito não seria aguardar a melhora de seu estado de saúde? Poderia até ser, mas nesse caso o mínimo era que uma junta médica confiável estivesse passando as informações do presidente, o que não está acontecendo.

Capa desta segunda do diário 'El Universal', da capital
Venezuelana, que diz "População tem direito a informações
sobre Chávez.
Resumindo, a situação é de desconhecimento do estado de saúde de Hugo Chávez, somado a Nicolas Maduro ocupando a presidência, sem ter sido eleito, sabe-se lá até quando, caracterizando um descumprimento a constituição, que por sua vez não é protegida pelo judiciário.

No cenário internacional surge um questionamento: No ano passado o então presidente do Paraguai, Fernando Lugo, sofreu um estranho impeachment decidido em horas, que apesar de ser viável dentro da constituição daquele país, a Unasul (União das Nações Sul-Americanas), declarou suspensão temporária do Paraguai por considerar aquele impeachment uma ruptura com a ordem democrática. E então chegamos ao questionamento: Se o Paraguai que agiu de acordo com sua constituição foi suspenso, porque não suspendem a Venezuela?  Os governos da América do Sul, inclusive o brasileiro, estão protegendo o governo Chávez, porque assim como ele, têm ideologia de esquerda? Os impasses seguem por tempo indeterminado.

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