terça-feira, 29 de janeiro de 2013

APRENDIZADO...


O assunto da semana é a tragédia de Santa Maria, interior do Rio Grande do Sul, em que uma boate superlotada pegou fogo e ceifou cerca de 236 jovens. Mas não vou tratar disso no meu texto hoje. Meu colega Lucas já o fez muito bem no texto dele de ontem. Hoje, eu quero falar da minha primeira experiência de cobertura de rua pra televisão.

Antes de iniciar o meu relato, vou dizer uma coisa. Aliás, duas. Logo quando cheguei na televisão, depois das boas vindas, me disseram que estava chegando numa verdadeira escola. É ali que eu ia aprender o jornalismo e não na universidade. A outra coisa é que eu deveria escolher direito o que eu queria da vida. Escolher outra profissão que desse dinheiro, pois no jornalismo eu não iria encontrar.

Bom, um dos repórteres teve um problema de saúde e faltou ao trabalho. Então fui escalado para fazer duas pautas dele. A primeira era cobrir a coletiva de lançamento do Camarote Salvador e a apresentação oficial do Chiclete como Banana como uma das atrações do camarote. Isto significa que a meu primeiro entrevistado foi nada mais nada menos do que Bel Marques. E com meu crachá de estagiário pendurado no pescoço, senti um friozaço na barriga para fazer apenas uma pergunta pra ele.

A segunda pauta seria outra coletiva de lançamento do Camarote Contigo. No trajeto, o cinegrafista, começou a me explicar várias coisas, de como eu poderia ter feito uma outra pergunta que deixaria Bel mais descontraído e a partir daí conquistaria a fonte para me revelar mais coisas. Mas entre mortos e feridos salvaram-se todos. Cumpri a pauta.

A porta do Camarote Contigo, descobrimos que a coletiva não seria ontem. Passei o rádio para a coordenadora da redação informando a data correta. Aí que veio uma pauta improvisada, de última hora. Recebemos a missão de ir até o Ferry-boat e fazer um “Fala Povo” sobre o serviço prestado pela Agerba. As entrevistas vão servir para a matéria de outra repórter.

Chegando lá um deserto. Sem filas e aparentemente sem nada. A primeira coisa que falei pro cinegrafista foi “Vamos passar o rádio para a coordenadora e dizer que não tem nada hoje. O dia que bomba é o final de semana e não segunda-feira”. Mas aí ele disse, “Vamos andar por aí e ver se conseguimos alguma coisa, caso contrário passamos o rádio e voltamos pra têvê”. Esse passeio foi de grande valia para mim. Ele me ensinou como é que garimpa depoimentos e como canalizamos as indignações para que elas se soltem na frente das câmeras.

Esse foi mais um passo para me tornar um jornalista, algo que comecei a sonhar no ano de 2003 e sigo firme e forte para realizá-lo. Mesmo que todos me digam que jornalista ganha pouco e devo mudar de profissão. Não há nada melhor do que ver o trabalho como uma terapia e não uma fonte de estresse. Como diz Nação Zumbi, “Tô no caminho do Blunt of Judah/ Pra ficar sonhando depois de acordar”.


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