Hugo
Chávez ocupa o cargo de presidente da Venezuela desde 1999, e foi eleito no ano
passado para mais um mandato de cinco anos, que termina em 2019, ou seja, caso
ele se recupere e tome posse, serão vinte anos no poder se reelegendo a cada
cinco anos. Suas reeleições são um sinal que, em sua soberania, o povo
venezuelano assim preferiu, o que sinaliza que existem melhorias no país
suficientes para que ele permaneça.
Porém
apesar de ter algumas realizações e ser democraticamente escolhido, o governo
Chávez tem atitudes típicas das piores ditaduras. Todas as esferas do poder da
Venezuela, como no judiciário, por exemplo, são comandadas por seus aliados. Os
canais de TV que não lhe agradam são extintos, enquanto suas aparições são constantes
nas emissoras do governo.
As
mais recentes atitudes ditatoriais da democracia venezuelana estão relacionadas
ao estado de saúde de Hugo Chávez, que deveria ter tomado posse do novo mandato
na última quinta-feira, 10. Essas ações podem ser notadas, por exemplo, no fato
de Hugo ter dito estar curado do câncer durante as eleições e também na escolha
do país que ele foi tratar o câncer, Cuba, onde as informações sobre seu estado
de saúde, em caso de piora, podem ser - estão sendo - abafadas.
Diante
da dúvida criada na população, Nicolas Maduro, nomeado vice-presidente no
mandato passado está ocupando o cargo de presidente de forma inconstitucional,
isto por que o presidente é eleito sozinho e apenas quando acha necessário
nomeia um vice. Segundo a constituição do país, o presidente da Assembleia
Nacional, Diosdado Cabello (que inclusive é partidário de Chávez), deveria
assumir a presidência e convocar novas eleições para um prazo de trinta dias.
Nessa situação, Hugo Chávez não seria candidato novamente e Maduro provavelmente
ficaria com a candidatura. Na existência de um judiciário chavista, o
descumprimento a constituição foi aceito.
Pode
surgir o seguinte questionamento: Se Chávez foi eleito pelo povo, apesar de não
ser o aceito pela constituição, a atitude de bom senso e respeito não seria
aguardar a melhora de seu estado de saúde? Poderia até ser, mas nesse caso o
mínimo era que uma junta médica confiável estivesse passando as informações do
presidente, o que não está acontecendo.
Capa desta segunda do diário 'El Universal', da capital Venezuelana, que diz "População tem direito a informações sobre Chávez. |
Resumindo,
a situação é de desconhecimento do estado de saúde de Hugo Chávez, somado a
Nicolas Maduro ocupando a presidência, sem ter sido eleito, sabe-se lá até
quando, caracterizando um descumprimento a constituição, que por sua vez não é
protegida pelo judiciário.
No cenário internacional surge um questionamento: No ano passado o então presidente do Paraguai, Fernando Lugo, sofreu um estranho impeachment decidido em horas, que apesar de ser viável dentro da constituição daquele país, a Unasul (União das Nações Sul-Americanas), declarou suspensão temporária do Paraguai por considerar aquele impeachment uma ruptura com a ordem democrática. E então chegamos ao questionamento: Se o Paraguai que agiu de acordo com sua constituição foi suspenso, porque não suspendem a Venezuela? Os governos da América do Sul, inclusive o brasileiro, estão protegendo o governo Chávez, porque assim como ele, têm ideologia de esquerda? Os impasses seguem por tempo indeterminado.
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