Na inauguração do comitê, uma
mulher dança ao som do jingle de campanha do candidato. Com um corpinho de 60,
mas dançando como se tivesse 20 anos de idade, ela é a mais animada do evento.
O candidato chega e cumprimenta
algumas pessoas, enquanto a mulher continua sua coreografia. Em pouco tempo ele
já está concentrado em uma conversa com um dos convidados. A música continua,
mas a mulher não está mais se divertindo. Repentinamente ela para de dançar e
decide ir embora. O motivo: um abraço.
Por causa de um abraço, que o
candidato não lhe deu, ela resolve ir para casa. Por causa de um abraço, ela
decide que o candidato não merece mais seu voto. E ela votaria nele, sim, se
ele tivesse lhe dado um abraço.
Em período de campanha eleitoral,
somem as plaquinhas “free hugs” e os abraços passam a ter um preço. Eles deixam
de significar afeto, carinho, proteção. Passam a ser sinônimo, principalmente,
de “seu voto é importante para mim”. Um abraço por um voto. Mas o abraço não
deveria vir com um preço. A mulher não deveria “trocar um abraço por um voto”. A
história pode parecer inventada, mas foi baseada em fatos reais. A situação
vivida pela mulher é um exemplo, um pouco drástico até, de como as pessoas
estão decidindo seu voto pelos motivos errados.
As pessoas têm esquecido que o
direito ao voto é a forma que temos de exercer a democracia, de fazer parte da
política. De modo que não devemos escolher nossos candidatos por motivos
superficiais ou individualistas. Alguns eleitores, sobretudo de cidades de
interior, costumam votar nos candidatos que, de alguma forma, já lhes trouxeram
ou trarão algum beneficio particular. “Ah, ele me ajudou quando eu tive um
problema de saúde” ou “Se ele ganhar essa eleição vai conseguir um emprego para
mim”.
Sim, somos humanos, temos
sentimentos e necessidades. Mas também somos cidadãos, e isso implica no dever
de pensarmos e agirmos em prol do desenvolvimento da sociedade em que vivemos.
Por isso, na hora de votar, exerça seu direito de escolha levando em
consideração, principalmente, o dever que vem junto com ele.
Porque fazer política não é
apenas balançar uma bandeira, panfletar ou tentar convencer todo mundo de que o
seu candidato é o melhor. Fazer política é encontrar um meio de fazer valer nossos
direitos. Direito à saúde, educação, emprego. Votar em um candidato que saiba
realmente te representar é um modo de fazer seu direito valer.
O melhor candidato não é aquele
que lhe trará algum benefício em particular. O bom candidato é aquele que pensa
no bem estar de toda a comunidade. Na hora de analisar quem merece seu voto,
não escolha aquele que te deu um abraço e parece ser um bom amigo, escolha o
que parece ser um bom administrador. Até porque, os abraços são bem melhores
quando são de graça.
5 comentários:
Ainda não havia lido nada tão sublime e enriquecedor. A sua visão é tão simplista e maravilhosa que nos enche de vontade de ler mais e mais. Adorei o seu conceito do abraço sem preço, muita verdade nisso, o enfoque foi real e fático, precisamos que mais leitores sintam e experimentem essa leitura para conscientizar-se e aos demais da importância do (seu) voto.
Parabéns, fiquei fã de carteirinha.
MINHA QUERIDA LORE,
VOCê é uma excelente jornalista. Seu artigo está irrepriensível, pujante, enérgico e, ao mesmo tempo, doce e agradável.
Gostei! Escreva outros, e mais outros, e mais outros... Ficaremos ansiosos para beber na sua verve as palavras belas de uma jovem menina sábia.
Fergi Cavalca
MINHA QUERIDA LORE,
VOCê é uma excelente jornalista. Seu artigo está irrepriensível, pujante, enérgico e, ao mesmo tempo, doce e agradável.
Gostei! Escreva outros, e mais outros, e mais outros... Ficaremos ansiosos para beber na sua verve as palavras belas de uma jovem menina sábia.
Fergi Cavalca
Amei, Lore. Também optei por jornalismo. Quando crescer, quero ser - e escrever - como você! :)) rs.
São de pessoas e pensamentos como os seus que a mídia brasileira está precisando. Fortaleça suas ideologias, estude e continue escrevendo assim que você vai longe :D
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