No
último texto aqui no blog, falei um pouco sobre as constantes mudanças que o
homem vive. Não quero parecer incoerente, como quem teme essa mudança, mas me
intriga demais a NASA ter enviado uma sonda de 2,5 bilhões de dólares até Marte
para, dentre outras coisas, preparar o terreno de futuras missões tripuladas
até o planeta vermelho. Me parece inexplicável tamanho investimento e empenho
em algo que, aparentemente, pouco pode acrescentar a humanidade. Tão grande foi
o oba-oba midiático pelo grande feito que foi colocar a Curiosity (sim, esse é
o nome da sonda) em Marte, que não houve reflexão alguma sobre a necessidade de
existir essa missão.
Assisti
algumas reportagens sobre a Curiosity, e em algumas delas, um dos argumentos citados
para justificar a missão, é verificar se há ou se houve água em Marte. Ora, a
superfície de nosso planeta não é composta de 70% de água? Não entendo, qual a
necessidade de descobrir se Marte tem algo que nós já temos em abundância. Falam
também, em verificar se existem condições para o ser humano viver lá. Será que
estamos começando a pensar num plano B para quando tivermos esgotado com todos
os recursos de nosso planeta?
Por
que não há o mesmo empenho em cuidar do nosso planeta? Em proteger a fauna e a
flora, criar e democratizar combustíveis sustentáveis, reduzir a poluição,
criar meios eficientes de reciclagem e educar desde cedo as pessoas a cuidarem
do planeta? A resposta está no interesse. Colocando de lado os argumentos pouco
convincentes, certamente alguém lucra ou lucrará com a Curiosity e com o que
vier em seguida. Não há o mesmo interesse em cuidar de um planeta consumista,
que apesar de esgotar os recursos naturais, gera lucro para muita gente.
Existe um filme de ficção
cientifica que certamente seria o fiel retrato do ser humano caso
encontrassem algo especial em outro planeta. No filme Avatar, o homem mostra
ser capaz de tudo para conseguir o que quer, e de ficção isso não tem nada.
Aliás, a ida do homem a Marte - caso os argumentos que considero fracos de fato
sejam um pretexto - é quase uma reprise da história da descoberta do novo mundo
(continente americano), a diferença é que dessa vez chegamos numa caravela high-tech e não tem nenhum índio ou ET
para oferecermos espelhos.
Um comentário:
Um questionamento muito viável Lucas. Como gastar bilhões para conhecer outro mundo e não gastar para cuidar do seu?Revoltante.Atitude leviana e que visa realmente o lucro com essa ainda irrelevante busca por novidades sobre Marte.
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