Basta sair na rua, seja de moto,
de carro, de bicicleta, a pé ou de ônibus, para ver o caos no trânsito. Além
dos problemas estruturais e da grande quantidade de veículos nas ruas, que
geram intensos engarrafamentos, a falta de educação, muitas vezes justificada
pelo estresse, tem sido um dos principais problemas enfrentados.
Na última terça-feira (2), mais
um caso relacionado à falta de educação no trânsito chocou a sociedade
brasileira. Sete pessoas morreram após um ônibus cair de um viaduto no Rio de
Janeiro. Segundo testemunhas, momentos antes do acidente, um passageiro teria
discutido e agredido o motorista, que perdeu o controle do veículo e acabou
despencando do viaduto.
Inicialmente observa-se a falta
de educação do condutor do ônibus. De acordo com pessoas que presenciaram o
acidente, ele dirigia em alta velocidade, não teria parado em pontos pedidos
pelos passageiros e teria agredido verbalmente um dos passageiros. Sem falar
que o ônibus que ele dirigia estava com o licenciamento de vistoria do Detran
vencido e acumulava 46 multas, incluindo 12 por avanço de sinal e outras 14 por
excesso de velocidade.
Depois do motorista não parar por
tempo suficiente em um ponto, um passageiro teria se exaltado, pulado a
catraca, discutido com o condutor e em seguida lhe dado socos e um chute. O
histórico desse passageiro também não era nada bom. De acordo com a polícia, o
estudante de engenharia, de apenas 25 anos, é acusado de lesão corporal em
outras duas ocasiões.
Sergio Moraes / Reuters |
Quantas vezes já nos deparamos
com motoristas estressados ou com passageiros grosseiros que discutem com os
condutores ou cobradores dos ônibus? Quantos de nós já não fomos essas pessoas
que, atrasadas para o trabalho ou ansiosas por chegar em casa, brigamos no
trânsito? Quantas, nesse momento de estresse, lembram que suas atitudes podem
prejudicar a vida das outras pessoas?
O que falta para reduzir a
agressividade e a falta de educação é aprender a viver em sociedade. Quando o
indivíduo se coloca no lugar do outro, ele reduz as chances de tomar uma
atitude que venha a prejudicar não só o próximo, como ele próprio.
Se o motorista tivesse respeitado
o pedido do passageiro e parado no ponto, se o estudante tivesse pensado nos
outros passageiros e não tivesse agredido o condutor, sete famílias não
estariam chorando a perda de entes queridos. E outras dez não estariam dentro
de hospitais, aguardando uma boa notícia, enquanto seus parentes se recuperam
de seus ferimentos. Quatro delas permanecem em estado grave. E se o comportamento
no trânsito não for tratado com a gravidade que ele merece, os números só
tendem a aumentar.
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